] Delirismo

~ PT:
Delirismo é uma obra de arte conceitual que propõe o delírio como prática de reconexão entre pensamento e sensibilidade. Partindo da etimologia — delirare, sair do sulco, desviar da linha — a obra convida o público a abandonar a rota previsível da razão e experimentar o pensamento como deriva, como fluxo não linear de percepção.

A primeira exposição do Delirismo ocorreu de 15 a 20 de outubro e propôs o céu como espaço expositivo. Durante esse período, a obra se ativava a cada olhar dirigido para o alto: cada pessoa que contemplava o céu tornava-se coautora da exposição. Não há objeto, instalação ou imagem material — há apenas o gesto de olhar, o instante de presença e o desvio da lógica cotidiana.

Como resíduo desse gesto coletivo, a artista recebeu inúmeros registros, fotos e vídeos compartilhados por participantes em redes sociais — fragmentos de presença que se tornaram parte da própria obra, configurando uma performance difusa, compartilhada e expandida. Esta é a primeira edição do Delirismo, ainda em decantação e constante expansão. A obra não se encerra: segue se transformando em cada novo olhar que se permite devagar pelo céu. Ao final, o Delirismo permanece como estado interno: uma lembrança de que a arte pode acontecer em qualquer lugar onde o pensamento se permita respirar fora do traçado.

~ EN:
Delirismo is a conceptual artwork that proposes delirium as a practice of reconnection between thought and sensibility.
Rooted in its Latin origin delirare, to go off the furrow, to deviate from the line the work invites the audience to abandon the predictable route of reason and experience thinking as drift, as a non-linear flow of perception. The first edition of Delirismo took place from October 15th to 20th and proposed the sky as its exhibition space. During this period, the work was activated by every gaze turned upward: each person who contemplated the sky became a co-author of the exhibition. There was no object, no installation, no material image only the act of looking, the instant of presence, and the gentle derailment of everyday logic. As a residue of this collective gesture, the artist received countless images and videos shared by participants on social media fragments of presence that became part of the work itself, shaping a diffuse, shared, and ever-expanding performance. This is the first edition of Delirismo, still settling, still unfolding. The work has no closure: it continues to transform with each new gaze that dares to wander through the sky. In the end, Delirismo remains as an inner state a reminder that art can happen anywhere thought allows itself to breathe beyond the line.